terça-feira, 29 de maio de 2012

Biografia de Castro Alves
Filho do medico Antônio José Alves e de Clélia Brasília da Silva Castro.
 Foi um  homem muito bem colocado, educado e de muito bom gosto, não era insensível aos maus tratos sofridos pelos negros na época da escravidão.
Antônio de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847 na Fazenda Cabaceiras, próximo à vila de Curralinho, hoje cidade Castro Alves, interior da Bahia.
Viveu sua juventude no interior do sertão e aos 16 anos partiu para Recife a fim de estudar Direito.
Algum tempo depois se mudou para São Paulo, com a finalidade de continuar seu curso de Direito, que não chegou a concluir. Perde sua mae em 1859. Em 24 de janeiro de 1862 seu pai casa com Maria Rosário Guimarães e nesse mesmo ano foi morar no Recife.
Castro Alves publica em 1863 seu primeiro poema contra a escravidão "A Primavera", nesse mesmo ano conhece a atriz portuguesa Eugênia Câmara que se apresentava no Teatro Santa Isabel no Recife. Em 1864 ingressa na Faculdade de Direito do Recife, onde participou ativamente da vida estudantil e literária mas volta para Bahia no mesmo ano e só retorna ao Recife em 1865, na companhia de Fagundes Varela, seu grande amigo.
Castro Alves inicia em 1866, um intenso caso de amor com Eugênia Câmara, dez anos mais velha que ele, e em 1867 parte com ela para a Bahia, onde ela iria representar um drama em prosa, escrito por ele "O Gonzaga ou a revolução de Minas". Em seguida parte para o Rio de Janeiro onde conhece Machado de Assis, que o ajuda a ingressar nos meios literários. Vai para São Paulo e ingressa no terceiro ano da Faculdade de direito do Largo do São Francisco.
Em 1868 rompe com Eugênia e de férias, numa caçada nos bosques da Lapa fere o pé esquerdo, com um tiro de espingarda, resultando na amputação do pé. Em 1870 volta para Salvador onde publica "Espumas Flutuantes". Morre em Salvador no dia 6 de julho de 1871, vitíma de tuberculose.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Castro Alves

Boa-Noite

Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
Boa-noite!... E tu dizes — Boa-noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito
— Mar de amor onde vagam meus desejos.
(...)
Lambe voluptuosa os teus contornos...
Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
Ao doudo afago de meus lábios mornos.
Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!
Ai! Canta a cavatina do delírio,
Ri, suspira, soluça, anseia e chora...
Marion! Marion!... É noite ainda.
Que importa os raios de uma nova aurora?!...
Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo...
E deixa-me dormir balbuciando:
— Boa-noite!, formosa Consuelo!...

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

                                      
CONDOREIRISMO




 



Condoreirismo ou condorismo é uma parte de uma escola literaria da poesia brasileira, a terceira fase romântica, marcada pela temática social e a defesa de idéias igualitárias.


As décadas de 60 e 70 do século XIX representam para a poesia brasileira um período de transição. Ao mesmo tempo que muitos dos procedimentos da primeira e da segunda geração são mantidos, novidades de forma e de conteúdo dão origem à terceira geração da poesia romântica, mais voltada para os problemas sociais e com uma nova forma de tratar o tema amoroso.


Fugindo um pouco do egocentrismo dos ultrar-românticos, os condoreiros desenvolveram uma poesia social, comprometidos com a causa abolicionista e republicana. Em geral são poemas de tom grandiloquente, próximos da oratória, cuja finalidade é convencer o leitor-ouvinte e conquistá-lo para a causa defendida.


O nome da corrente, condoreirismo, associa-se ao condor ou outras aves, como a águia, o falcão e o albatroz, que foram tomadas como símbolo dessa geração de poetas com preocupações sociais. Identificando-se com o condor, ave de vôo alto e solitário, com capacidade de enxergar a grande distância, os poetas condoreiros supunham ser eles também dotados dessa capacidade e, por isso, tinham o compromisso, como poetas-gênios iluminados por Deus, de orientar os homens comuns para os caminhos da justiça e da liberdade.


 A poesia social






Tobias Barreto grande poeta foi o fundador do condoreirismo brasileiro e patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras Antônio Frederico de Castro Alves grande poeta social brasileiro.
Em vez de uma visão idealizada e ufanista da pátria, Castro Alves retrata o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a escravidão dos negros e a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
A linguagem utilizada por Castro Alves é grandiosa, caracterizada pelo uso de apóstrofe. Encontramos também hipérbole e metáforas condoreiras (águia, condor, céu, mar, infinito, abismo, sol...)

Características e temas de sua poesia social:
  • Libertação dos escravos
  • Defesa da república
  • Hipérbole e metáforas condoreiras (citadas acima)

O navio negreiro





    "O navio negreiro" é um poema épico-dramático que integra a obra Os escravos e, ao lado de "Vozes d"África", da mesma obra, vem a ser uma das principais realizações épicas de Castro Alves. O tema de "O navio negreiro" é a denúncia da escravização e do transporte de negros para o Brasil.
    Embora a lírica amorosa de Castro Alves ainda contenha um ou outro vestígio do amor platônico e da idealização da mulher, de modo geral ela representa um avanço decisivo na tradição poética brasileira, por ter abandonado tanto o amor convencional e abstrato dos clássicos quanto o amor cheio de medo e culpa dos primeiros românticos.
    Em vez de "virgem pálida", a mulher de boa parte dos poemas de Castro Alves é um ser corporificado e, mais que isso, participa ativamente do envolvimento amoroso. E o amor é viável, concreto, capaz de trazer tanto a felicidade e o prazer quanto a dor.
    A poesia amorosa de Castro Alves é caracterizada por:
    • Mulher sensual/erotizada
    • Paixão tórrida
    • Repúdio da morte (a morte é citada em sua poesia, porém ela é repudiada)
    • Melancolia/tédio

Castro Alves

 

 


Chamado de O poeta dos escravos, Castro Alves é considerado a principal expressão condoreira da poesia brasileira. Além da poesia social Castro Alves cultivou ainda a poesia lírica, a épica e o teatro.
Sua obra representa, na evolução da poesia romântica brasileira, um momento de maturidade e de transição. Maturidade em relação a certas atitudes ingênuas das gerações anteriores, como a idealização amorosa e o nacionalismo ufanista, às quais Castro Alves dará um tratamento mais crítico e realista. Navio Negreiro foi uma de suas obras mais importantes.